do RDA
Ministro
da Educação, Mendonça Filho, manda reitor mudar edital de contratação de
professores a pedido da comunidade israelita, e docentes se manifestam: “É
ataque à autonomia universitária”
que pretende combater a doutrinação de esquerda nas escolas e defender uma
educação supostamente neutra, ainda nem foi votado e sancionado, mas já está
sendo implementado pelo ministro da Educação, Mendonça Filho. O ministro interino do MEC determinou à reitoria da
Universidade Federal do ABC (UFABC) mudanças em edital para contratação de
professores. No último dia 13, o vice-reitor Dácio Roberto Matheus publicou
novo edital no Diário Oficial da União.
de professores para a área de relações étnico-raciais no curso da universidade,
que tem no programa temas como diáspora negra, direitos humanos e racismo, e
conexões da branquidade e dos regimes racistas: apartheid, nazismo, sionismo. O
enfoque desagradou lideranças e parte da mídia conservadora, onde alguns
blogueiros chegaram a escrever que na UFABC não há diferença entre o
nacionalismo judaico (sionismo) e o nazismo (que exterminava judeus) e que,
essencialmente, seriam expressões da branquidade.
sutil mudança no edital, cedendo ao lobby sionista, causa revolta entre os
docentes. Aberta há dez
anos, a UFABC é a única federal brasileira com todo o corpo docente formado por
doutores, a primeira entre as universidades brasileiras no ranking SCImago nos
quesitos excelência em pesquisa, publicações de alta qualidade e impacto
normalizado das suas publicações. Foi avaliada pelo índice geral de cursos
do MEC como a melhor universidade no estado de São Paulo e primeira no
ranking de cursos de graduação entre todas as universidades do país. O índice
considera fatores como infraestrutura, corpo docente e nota dos formandos no
Enade.
Para o presidente da
Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Rodrigo
Medina Zagni, os cortes nos repasses à universidade, que já vinham acontecendo
com o governo de Dilma e que vão ser ampliados precarizam a qualidade do ensino
e contribuem para a terceirização e redução da autonomia. “A falta de recursos
abre caminho para parcerias com a iniciativa privada e enfraquece a autonomia
universitária. Muitas universidades foram perdendo a autonomia a ponto de hoje
sequer poderem erguer sua voz contra o golpe”, disse.

