Nota de repúdio e alerta do SINTUFEPE UFPE sobre a proposta das secretarias gerais de graduação

Nota - 07/10/2025

O SINTUFEPE (Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais de Pernambuco), apósanálise do “Estudo para a implantação de Secretarias Unificadas nas Unidades Acadêmicas da UFPE – Versão Preliminar” (PROGEPE, 26/08/2025), vem a público manifestar sua profunda
preocupação e oposição categórica à proposta de criação de Secretarias Gerais de Graduação nas unidades da UFPE.

Uma Falsa Solução: Reforma Administrativa Disfarçada

A proposta, apresentada sob a roupagem de “profissionalização do serviço de secretaria” e “padronização de serviços”, na verdade, representa uma antecipação local da Reforma Administrativa que a gestão Alfredo e Moacir da UFPE tem buscado implementar.

O próprio estudo evidencia que um dos problemas centrais do cenário atual é o déficit de força de trabalho. No entanto, a solução apresentada não é a convocação de novos Técnicos
Administrativos em Educação (TAEs) por meio de concurso público, mas sim a tentativa de “reorganizar” a escassez.

Essa reorganização da estrutura organizacional com a centralização e unificação das secretarias, não garante “melhorar o aproveitamento e organização da força de trabalho”, e sim “maquia” o déficit de pessoal com a eliminação de postos de trabalho.

Ao invés de sanar o problema do déficit de servidores TAES, resultará na intensificação da precarização do trabalho na UFPE e serviços prestados pelos Técnicos Administrativos
quebrando laços e atenção especial que hoje são garantidos por estes funcionários ao corpo discente e docente, respeitando as singularidades de cada curso, como micro comunidade acadêmica. Cabe destacar ainda que a NOTA 5 que muitos cursos de graduação da UFPE conquistaram em suas avaliações junto ao MEC tem o papel indispensável dos TAES que tem compromisso e responsabilidade!

Intensificação da Precarização do Trabalho
A busca por uma “melhor distribuição de tarefas”, sem o devido aumento do quadro de pessoal, levará a uma:

Sobrecarga Funcional e Aumento da Jornada: Os atuais TAEs (apenas 131 em exercício nas Secretarias de Curso (muitos em vias de aposentadoria) para atender 33.600 alunos de graduação) serão forçados a absorver uma carga de trabalho maior e mais diversa, executando “múltiplas tarefas” em um regime de maior autogestão e, possivelmente, com ampliação de horário, como sugere o benchmarking de 07h00 às 20h00.

Descaracterização da Carreira: O documento propõe uma Secretaria Geral de Graduação
ligada à Diretoria do Centro, com chefia responsável, buscando o equilíbrio da relação aluno/técnico. Contudo, nivelar por baixo a relação Aluno/TAE (que hoje varia drasticamente, chegando a 608 alunos por técnico no CCJ e 77 no CCM) significa distribuir a escassez, e não resolve o problema estrutural do sucateamento da Universidade, promovendo ainda problemas pedagógicos distanciando os Coordenadores de cursos dos discentes, gerando dispersão, dificuldade para orientações e acolhimento dos discentes, respeitando-se as especificidades que cada Curso possui.

Ameaça aos Direitos dos TAEs:

É revelador que o estudo mencione a “impossibilidade de concessão de direitos dos TAEs (licença capacitação)” como parte do cenário atual. A unificação, sem reposição de pessoal, agravará a dependência do servidor, dificultando ainda mais o usufruto de direitos e o desenvolvimento profissional, sob o risco de paralisação do serviço.


Posição do SINTUFEPE

O SINTUFEPE exige que a Gestão da UFPE abandone essa proposta de criação de Secretarias Gerais de Graduação nas unidades da UFPE, que visa sobretudo “maquiar” a crise de pessoal. A verdadeira solução para “promover melhoria no atendimento a estudantes e professores” é o investimento na Universidade Pública e a imediata realização de concursos públicos para a contratação do quantitativo de TAEs necessário.

O SINTUFEPE convoca a categoria e toda a comunidade acadêmica a se unirem contra mais este ataque que, sob o pretexto de eficiência, busca intensificar a precarização do trabalho e pavimentar o caminho para a terceirização e o desmonte da nossa Universidade.

NÃO À REFORMA ADMINISTRATIVA NA UFPE! CONCURSO PÚBLICO JÁ!